sexta-feira, 3 de abril de 2009

DESABROCHAR...


A duras penas tenho aprendido que querer não é poder!
Tal como uma criança, gostaria de bater o pé e exigir que me permitam realizar o que quero; fazer birra e esperar que os caminhos se abram como num passe de mágica e por eles passem meus anseios de realização e conquista.
Tal como uma adulta, gostaria de simplesmente reconhecer o que é impossível e calmamente lutar pelo possível; trabalhar para conseguir o que quero e pacientemente esperar até que a “árvore dê frutos”.

Estou longe de ser essa criança birrenta (não a fui nem mesmo quando era criança!). Tampouco sou essa adulta resignada e paciente... A ansiedade me corrói e a pressa de viver me assola. Pareço que estou nos últimos anos de vida.... Talvez esteja! Pelo menos nos últimos anos da juventude, dessa juventude onde tudo é (ou parece) possível...

É clichê dizer que ser jovem é um estado de espírito, de forma que mesmo velhos podemos continuar jovens... Concordo. Em parte! Primeiro porque dizer que velho também pode ser jovem parece um desrespeito com os velhos, no sentido de desvalorizar tudo o que já viveram, como se estivéssemos dizendo que ser jovem é melhor que ser velho. O que não é verdade. Acredito que cada época tem suas vicissitudes. Depois porque, mesmo se nos conservamos jovens, no sentido de manter a alegria e disposição para viver, ainda assim não nos livramos de certas limitações que são físicas, materiais... O envelhecimento biológico, o correr do relógio, as transformações cotidianas... Isso não muda!

Quando jovens, podemos sonhar sem limites porque a realização fica pro futuro; nos permitimos adiar as responsabilidades, ainda que sejamos compromissados; o que deu errado, a gente concerta e o que deu certo a gente festeja.
Mas chega um momento em que tudo isso se transforma e tudo vai ficando mais “sério”. E aí vem o desafio de assumir as responsabilidades sem ficar chato. Enfrentar os desafios sem perder o bom humor. Encarar as mudanças sem se desesperar. Envelhecer sem perder a beleza. Descobrir-se a si mesmo sem se assustar. Amar sem esperar nada em troca... Conseguir ser feliz apesar de todo infortúnio. Valorizar o que realmente faz sentido pra nós e, sobretudo, descobrir O QUÊ faz sentido!

Não é fácil. Por vezes, a angústia chega a sufocar e a esperança pensa em fraquejar. Mas, se toda “crise” pode ser a oportunidade que esperávamos para crescer e aprender, então tento manter a coragem, alimentar a alegria e compreender o obstáculo como mais um passo para a sabedoria!

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